Folhear cadernos velhos, ler textos que escrevemos na adolescência e recordar a convicção da qualidade dos mesmos, tem tanto de estranho como de divertido. Descobrir desejos e expectativas sobre várias temáticas em relação às quais, hoje, sinto-me profundamente indiferente e cada vez mais distante.
Leio com sofreguidão os rascunhos encriptados, as estrofes, a prosa minimalista, as pseudo-depressões expressas em notas escritas nos cantos das folhas, o drama, o autismo, o frémito constante que é ser-se adolescente. Revivo a excentricidade da juventude, a ânsia de querer ser diferente, de querer ser absoluta e de querer ser chama. Leio-me e recordo uma auto-estima que mais parecia uma montanha-russa - há memórias que são perenes - a solidão das incertezas, o fardo da desilusão numa idade cheia de sonhos... E algures, no meio disto tudo, a lembrança viva, de que um dia, tive dezoito anos e quis ser tudo.
21/03/2011
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4 comentários:
Podes não ser tudo mas és Grande.
Errrr.... 1.59cm.
Mas toda a gente, aos 18 anos, quer ser tudo...
E o que resta de "nós".
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